Faz pouco tempo que vi algumas fotos de uma menina muito bonita com um título bastante sugestivo: "A menina mais bela do mundo". Ela era de fato muito bonita, mas para mim não era a mais bonita do mundo, simplesmente porque a beleza é abstrata. O que uma pessoa acha bonito, a outra pode não achar... E há tantas meninas bonitas, que seria injusto escolher a mais bela! Mas sim, ela era mesmo bonita; mas provavelmente o fotógrafo era muito bom, e o cenário, e as roupas... mas quem era afinal aquela menina? Quantas horas ela passava experimentando roupas, maquilhando-se, olhando fotografias, pensando nas sessões fotográficas? Quantas horas ela era realmente criança? Na verdade, aquelas fotos não mostravam uma menina normal; uma menina que ri, brinca ou até faz birras. Em todas as fotos havia uma pose, um ar triste e fechado... como se ela não pudesse sorrir ao tirar as fotos.
Sim, deve interessante ser famoso, ganhar dinheiro "fácil", ser o centro das atenções... Qual a menina que não sonhou com isso? Eu espero sinceramente, que essa menina venha a ser uma mulher normal, o que eu, infelizmente, intuo que não. Deus a guarde. Todas nós sabemos que atrás das grandes modelos, existem muitas mulheres tristes e vazias.
Eu não conheço a mãe da menina, não sei que valores está a passar para ela, mas sei os valores que quero passar para a minha filha. Eu quero que ela saiba que a beleza vem de dentro para fora, e que, como diz a célebre frase de Goethe: "Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa de fora."
A vaidade, como diz a Bíblia, é enganosa. Eu não sei se vou ser bem sucedida nos meus planos de educação para com a minha filha, só Deus sabe como vai ser a personalidade dela, mas, quero que ela saiba que Deus já lhe fez maravilhosa e que ela não vai precisar do reconhecimento de alguém para ser mais ou menos bela. Ser bela é ter luz no coração: é ser verdadeira, boa, simpática, paciente, educada, etc...
Já vi muitas mulheres belas com o coração despedaçado, já vi muitas outras com os corações vazios; lutando para serem amadas e reconhecidas, esforçando-se estarem sempre "perfeitas", cuidando da aparência de tal maneira, que parecem quase bonecas- fantasiando-se como se fossem atrizes. Mas as bonecas são bonitas porque são bonecas. E não há nada mais horrível que lábios pintados de cores berrantes, que umas unhas falsas, que quebram ao abrir uma lata de Coca Cola e com as quais não podemos cuidar da nossa casa, que uns sapatos tão altos que fazem doer os pés e com os quais não podemos caminhar, que morenas querendo ser louras, que maquilhagens permanentes, ou rostos de "borracha" que levaram injeções de silicone.
Quando eu vejo fotografias de mulheres dos anos 40 aos 60, eu vejo mulheres mais belas do que as que vejo agora. As mulheres também cuidavam da beleza, mas não havia tantos artifícios que ocultavam a sua beleza natural. Feia não é aquela mulher cujos traços não são tão delicados, ou que não chama a atenção pelo seu corpo ou rosto; feia é a mulher que precisa de muito fora para ser bonita.
Infelizmente, as mais belas que conheci foram sempre as mais sofridas, as que os rapazes queriam ter sem qualquer compromisso ou até as trocar por outras mais belas. Por isso existe aquele ditado que diz: "A bela inveja a sorte que tem a feia".
Não quero com isto dizer que a mulher não deve se cuidar; mas a verdade, é que Deus já fez as mulheres bonitas, e elas não precisam de sofrer tanto para parecerem belas. Todas nós sabemos que se não há beleza por dentro, que não adianta ser bela fora; e que há pessoas "feias" que nos encantam. Quantas vezes a gente ouve: "Mas como é que ele casou com ela, assim tão feia?", ou, "Como é que ela está casada com ele?" Pois é, não é que o amor é sempre cego, mas é que existem pessoas menos atraentes fisicamente, que têm um coração tão bom que são amadas pelo que são.
Quando era mais nova, uma senhora mais velha deu-me um livro com conselhos de beleza para mulheres. Com os meus treze, catorze anos, eu estava encantada com a ideia de poder ser mais bonita; até porque se começava a alimentar a importância da aparência. Não sei se ainda tenho esse livro, mas nunca esquecerei dos conselhos: cuidar da alimentação (quanto baste), fazer exercício (também quanto baste), estar limpa, cuidar da pele com um creme hidratante ou passar um óleo nos cabelos, procurar harmonizar as cores das roupas, não parecer demasiado "sugestiva", ouvir as noticias, ler bons livros, meditar em coisas boas, ser boa com os outros...
Fiquei encantada com o livro e adoraria que algo assim fosse promovido neste tempo, gostaria muito que a mulher se valorizasse mais, afinal, Deus não olha para aparência, Deus vê o coração.
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